Nova estratégia contra a malária | Panorama Farmacêutico – Imã de geladeira e Gráfica Mavicle-Promo

A malária é uma das doenças caracterizadas por baixa quantidade de medicamentos disponíveis para o tratamento. Além disso, os protozoários, os responsáveis pela transmissão da doença tropical — em geral, o Plasmodium falciparum ou o Plasmodium vivax — foram resistentes à boa parte dos recursos disponíveis. Para resolver este problema, os cientistas norte-americanos saíram em busca de moléculas que possam prevenir o contágio. Depois de uma seleção, foram encontradas mais de 600 compostos com potencial para evitar que a infecção atinja a corrente de sangue de humanos. Os achados foram publicados na última edição da revista Science.

Os autores do estudo explicam que prevenir a malária é uma estratégia mais inteligente do que tratá-la. Entre as vantagens está o menor uso de medicamentos e a redução de possibilidades de que a pessoa infectada propagar a doença. “Se você não desenvolver a malária, não poderá espalhá-la aos seus vizinhos. Algumas das drogas atuais, como a cloroquina, permitem que você estude a doença, mesmo enquanto está a ser tratado”, explica ao Correio Elizabeth Winzeler, professora de farmacologia na faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e principal autora do estudo.

A cientista explica que os avanços tecnológicos mais recentes podem ajudar na criação de uma opção terapêutica protetora para a malária. “É caro e pouco prático de tomar a medicação todos os dias. No entanto, os métodos de entrega de medicamento são cada vez mais sofisticados. Você pode criar medicamentos injetáveis de longa ação ou distribuir medicamentos em adesivos, como os de controle de natalidade e a nicotina. Essas tecnologias nos inspiram a buscar novos compostos que possam prevenir a malária”, conta.

Segundo o cientista, a maioria das drogas para a malária está projetada para reduzir os sintomas após a infecção. Elas trabalham, bloqueando a replicação dos parasitas causadores da doença no sangue humano, mas não previnem a infecção ou a transmissão através de mosquitos. “Elas são usadas para eliminar parasitas depois que o indivíduo desenvolveu os sintomas da malária. Portanto, já há milhares de milhões de parasitas no corpo dele”, salienta Winzeler. “De muitas maneiras, a demanda por novos medicamentos para a malária tem sido uma busca por algo semelhante a da aspirina: faz a pessoa se sentir melhor, mas não necessariamente vai em busca da raiz do problema”, compara.

Dados compartilhados

O cientista e sua equipe adotaram uma abordagem diferente: atacar o parasita da malária em uma etapa anterior — quando se infecta o fígado humano, em vez de esperar até que se replique no sangue. A equipe passou dois anos extraindo parasitas da malária de mais de um milhão de mosquitos e o uso de tecnologia robótica para provar sistematicamente mais de 500 mil compostos químicos, avaliando se as moléculas são capazes de interromper o parasita da malária na fase do fígado. Depois de uma série de testes, que reduziram a lista a 631 compostos promissores. Segundo os pesquisadores, essas moléculas podem formar a base para novos medicamentos para a prevenção da malária.

A fim de agilizar o desenvolvimento destes medicamentos, os cientistas deram os resultados de outros pesquisadores. “Uma vez que não estamos patenteando estes compostos, muitos outros cientistas de todo o mundo vão para coletar estas informações e usá-la em seus laboratórios. Nossa esperança é que isso impulsione o desenvolvimento de medicamentos antimaláricos”, justifica Winzeler.

Alberto Chebabo, aniversários. do Laboratório Exame, em Brasília, acredita que o trabalho de escritório é interessante e está em um momento muito oportuno. “Temos poucas opções médicas para a malária, e as que são utilizados não estão dando o resultado obtido. Principalmente na Amazônia, essa resistência tem sido muito alta. Por isso, novas opções são muito necessários”, salienta. O especialista também destaca que a troca de dados é um dos pontos mais interessantes da pesquisa. “Isso aumenta a possibilidade de surgirem novos medicamentos, com foco na prevenção da malária em menos tempo”, diz.

A equipe de cientistas da intenção de se aprofundar no estudo das 631 moléculas selecionadas e realizar testes com animais. “É difícil para muitas pessoas a dormir constantemente sob mosquiteiros ou tomar uma pílula diária. Já desenvolvemos muitas outras opções para questões como o controle da natalidade. Então, por que não a malária? A comunidade que a investigação sobre esta doença sempre foi particularmente colaborativa e disposta a compartilhar dados e recursos, e isso me faz ser otimista de que, em breve, estaremos lá”, diz Winzeler.

“Elas (as drogas disponíveis) é usado para remover parasitas depois que o indivíduo desenvolveu os sintomas da malária. Portanto, já há milhares de milhões de parasitas no corpo dele”

Fonte: Diário De Sevilha

Fonte: panoramafarmaceutico.com.br/2018/12/07/nova-estratégia-contra-a-malária

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